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Líderes e empresários: pensem no Brasil durante e pós-coronavírus

 Nunca a responsabilidade social individual e empresarial foi tão demandada como nesta crise. Esta é a maior crise que a humanidade enfrenta desde a Segunda Guerra Mundial, disse Angela Merkel na semana passada. O coronavírus se espalha a uma velocidade indescritível, contamina milhões de pessoas em semanas.

A pandemia é a forma mais evidente de quanto a comunidade humana está interconectada e como essa interconexão define nosso destino. Hoje, a vida de milhões está em risco aqui e em outros países, semanas após a contaminação de um grupo de pessoas, que compraram carne silvestre no mercado de uma cidade de cerca de 10 milhões de habitantes, no centro da China.

A crise também expõe o nível de responsabilidade com que temos entendido e tratado essa interconexão. Assim como nosso destino se conecta com o dos chineses, ele também se conecta com a habilidade dos cientistas de encontrar um tratamento rápido o suficiente e de quão bem equipados estão seus laboratórios, e com o acesso que nossas comunidades mais carentes têm a itens básicos de limpeza, moradia e transporte público de qualidade.

São pessoas dessas comunidades – autônomos e trabalhados – que cozinham e servem nossa comida nos bares e restaurantes das cidades, transportam nossas mercadorias, trabalham em nossas fábricas, atendem nossos pacientes em hospitais caros e populares [1]. Muitos deles continuarão trabalhando durante a crise, estarão expostos a cada dia para manter nossos serviços básicos funcionando.

Entre os mais vulneráveis estão também os donos e empregados de pequenos e médios negócios que não terão renda enquanto a crise durar.

O desfecho desta crise depende essencialmente de nossa capacidade de proteger uns aos outros e apoiar esses grupos, que representam a maior parte da população brasileira, em qualquer região do Brasil.

Vamos ter que ser capazes de apoiá-los diretamente e rapidamente, num momento em que a economia nacional e global está parada, debilitada, em crise. Muitas empresas de grande porte vão também precisar de ajuda financeira e social para sobreviver. Assim, talvez a pergunta mais importante nesse momento é: serão os grandes empresários ou os bancos capazes de colocar seus recursos e reservas a serviço da parte mais vulnerável da sociedade?

Em alguns meses teremos passado o auge da crise. Como então será o mundo depois da passagem do coronavírus?

Quais serão as empresas e líderes aos quais nos sentiremos profundamente ligados e agradecidos? Nos quais vamos querer apostar, ajudar e ficar ao lado? Com certeza não serão aqueles que conseguirem fazer mais dinheiro na crise. Vamos todos – de uma forma ou de outra – nos sentir próximos daquelas empresas e líderes que, de fato, colocaram a proteção da vida e da sociedade à frente dos lucros, demonstrando, de forma muito concreta, que entenderam seu papel e responsabilidade.

Esse texto é para você que pode decidir apoiar e proteger as pessoas sem renda, os autônomos, os pequenos e médios empresários e seus funcionários, os trabalhadores que estarão em atividade durante a crise. Faça-o! Não perca um segundo! Nosso futuro comum depende disso.

  • A partir de 25/03 a Arbex& Company vai dar visibilidade `a exemplos de como juntos podemos nos proteger, e proteger e apoiar os mais expostos e vulneráveis nessa crise.

Texto: Nelmara Arbex, Foto: Tuca Vieira

[1] Segundo o IBGE, 50 % da população com rendimentos no Brasil ganha em média R$820. Quase 104 milhões de brasileiros vivem com apenas R$ 413 mensais, considerando todas as fontes de renda, mostram os dados. Os trabalhadores informais são hoje 41% da força de trabalho.

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