Project Description

O dilema do conselho – curto versus longo prazo

O contexto

Uma nova empresa florestal brasileira fez um plano de negócios incomum: o lucro deveria vir de florestas plantadas (para a indústria de papel e celulose),  da madeira proveniente de florestas nativas manejadas de forma sustentável e e também de áreas a serem reflorestadas. Esse modelo de negócio demonstraria, então, para a sociedade e para os mercados o valor financeiro das florestas nativas bem administradas. Isso poderia de fato ajudar a impedir a destruição ilegal das florestas.

Foi um bom plano, convenceu grandes investidores de longo prazo, e as operações começaram.

Um bom ponto a lembrar é que, no hemisfério sul, “curto prazo” para a indústria florestal significa cerca de 5 a 7 anos, desde o início até a primeira colheita. Por isso, as soluções de curto prazo só podem ser alcançadas pela destruição das florestas, o que é ilegal no Brasil, mas ainda é considerado uma maneira de atender à demanda local e global por madeira.

A questão

O problema foi … nem tudo correu como planejado. O modo inovador de operar provou ser muito mais intenso em termos de recursos e tempo do que o projetado, e a visão inicial estava em risco. Investidores começaram a questionar a validade do modelo de negócios híbrido e discutiam como garantir seus bônus individuais (a serem recebidos no curto prazo).

O que a empresa deveria fazer? Desistir do modelo de negócios que poderia demonstrar o valor das florestas pela primeira vez? O conselho deveria se submeter à pressão do mercado e tornar a companhia uma empresa florestal regular? Talvez os altos custos sejam evidência de que não é possível criar valor a partir de florestas nativas em grande escala. O projeto foi um fracasso?

Mas então eles deveriam deixar que as empresas florestais ‘insustentáveis’ ​​continuassem a derrubar as florestas e plantar capim para gado?

O projeto

Eu me engajei com o conselho de administração para ajudar a alinhar a estratégia futura e encontrar a solução mais lucrativa, mas também mais sustentável. Responder às perguntas acima foi o cerne deste projeto, que começou com entrevistas com a equipe executiva e membros do conselho e depois envolveu um  workshop de dois dias.

O workshop e as discussões ajudaram a empresa a alinhar a estratégia no médio prazo e preparar-se para a busca de novos investidores, que – de fato- entraram a bordo no mesmo ano. Mais investidores estão interessados ​​nesse modelo de negócio sustentável, para provar que as florestas nativas têm valor tangível e de mercado.

Para saber mais, entre em contato conosco.

Foto e texto por Nelmara Arbex

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